quarta-feira, 23 de junho de 2010

Redes de Televisão desrespeitam a Enfermagem Brasileira

Veículos de comunicação são os principais responsáveis pela formação do imaginário e da opinião popular. Desde o surgimento da televisão, que é o principal veículo de comunicação no Brasil (uma vez que atinge quase a totalidade do território nacional com sua programação), as famílias se reúnem em frente àquela caixa com imagens pretas e brancas - posteriormente coloridas - garantindo entretenimento e acesso a informações importantes.

Porém, para garantir aumento no IBOPE (Instituto que mede índices de audiência no Brasil), algumas televisões passaram a oferecer programações fora do que se entende por “politicamente correto”. Isso se dá porque o humor, tramas literárias e telenovelas fazem uso de situações advindas da população para gerar afinidade e conseqüente aumento da audiência, justificando os investimentos milionários em publicidade.

Nos últimos anos, estes veículos de comunicação têm ultrapassado os limites quando o assunto é Enfermagem. Em diversas telenovelas e programas de humor, a televisão deu à sociedade a imagem de que a Enfermagem é uma profissão de submissão. Esta submissão, tanto no âmbito sexual quanto no âmbito da ciência, aparece em personagens Enfermeiras e Enfermeiros que fazem parte das tramas acompanhadas pela maior parte da população brasileira.

Por vezes o Conselho Federal de Enfermagem notificou alguns veículos de comunicação para não mais veicularem essa aparência falsa da Enfermagem. Algumas vezes as ações judiciais foram atendidas e houve a alteração do perfil do personagem mesmo durante a programação. Até mesmo no Paraná, algumas bandas utilizavam imagens de Enfermeiras fora dos padrões aceitáveis e foram retiradas de veiculação graças às denúncias e solicitações feitas pelo Conselho Regional de Enfermagem do Paraná.

Porém, em mais uma telenovela, vemos profissionais de enfermagem sendo denegridos. Enfermeiras que roubam bebês, Enfermeiras submissas ao médico, Enfermeiras, Técnicos de Enfermagem ou Auxiliares de Enfermagem maléficos e vilões são a forma como as redes de televisão têm mostrado a Enfermagem. Obviamente não são todas que possuem o mesmo posicionamento. Recentemente a Rede Record veiculou reportagens longas sobre a atuação digna e valorosa dos profissionais de enfermagem.

Então vem a questão. Vale mais aumentar a audiência de uma televisão denegrindo uma categoria do que fazer com que a população reconheça o valor impecável de mais de 1,4 milhões de trabalhadores de enfermagem para com a saúde brasileira?

Ações judiciais podem ser criadas pelas entidades, políticos podem exigir retratação, porém é da população que sairá a força para mudar a mentalidade dos veículos de comunicação. O Sistema Cofen/Corens investiu milhões de reais em propaganda para parabenizar os Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem durante a última Semana da Enfermagem.

A desculpa dada pelas redes para criar estes personagens é a famosa “liberdade de expressão”. Temos a mesma liberdade que eles têm: podemos escolher qual veículo de comunicação iremos assistir, ouvir ou ler. Da mesma forma, é importante acompanhar e divulgar a má qualidade das informações veiculadas nas televisões para que nossos colegas e familiares deixem de assisti-las. A Enfermagem não merece ser denegrida porque, como disse a Deputada Rosane em pronunciamento no Workshop de Enfermagem do Paraná: “o sucesso da saúde brasileira depende, mesmo que inseridos em uma equipe multidisciplinar, da Enfermagem”.

O COREN-PR repudia qualquer forma de apresentar a Enfermagem senão àquela digna, repleta de conhecimento, técnica e ciência. Os profissionais de enfermagem são fundamentais e nunca deixaram de prestar assistência e cuidado àqueles que um dia necessitaram.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Discussão de equipe em frente ao paciente

Segundo Roehrs H (Curso de Implicações Éticas na Enfermagem e Bioetica- Programa Proficiência), o profissional de enfermagem responsável, além de sua habilidades técnicas,competente em suas ações, não pode deixar de considerar a humanização no ato de cuidar. Por mais simples que seja a ação, deve prestá-la com perícia técnica impecável, lembrando que é aplicada em alguém que tem nome, família e inserção e representatividade na sociedade. Em uma situação vivenciada como acadêmica, presenciei uma equipe mutiprofissional, discutindo o caso de um cliente em frente ao leito, com a presença de mais clientes no quarto. Na discussão, afirmavam " não devemos mais investir nossos recursos nele".

Diante daquela situação, uma enfermeira interviu com educação, porém incisiva, na conversa. Afirmou que acima de tudo ela respeitava a vida, e então iria fazer tudo o que poderia ser feito. Neste momento, percebi a ética dela, pois imagine um monte de pessoas de branco num quarto com mais clientes internados todos ouvindo a equipe combinar que nada mais será feito por aquele cliente. Fico indignada imaginando a reação deles...

"Werydiane Matuszwski Silva - Acadêmica de Enfermagem e Monitora do Programa Proficiência"